terça-feira, dezembro 18, 2012

Rito de Passagem

 
 

 
 
 
É isso. Mais um ano acabando, minha vida como sempre uma bagunça: umas pessoas saindo, outras entrando. E eu nunca me acostumando. Aquela velha máxima que diz que a vida é mesmo uma caixinha de surpresas nunca foi tão útil para mim. Nossa! Esse ano foi louco demais! Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e eu querendo segurar o mundo em minhas mãos, mas desejando principalmente jogar o lixo fora. Cara, foi o ano mais maluco da minha vida! Nunca vivi tantas coisas como vivi esse ano. Se o mundo fosse mesmo acabar em 21/12/2012 eu teria plena convicção que eu passei por um rito de passagem. Foi muita coisa para assimilar em um ano só, que por sinal passou voando. A faculdade uma loucura total, como sempre, mas esse ano tive que fazer uma escolha para melhorar minhas notas. Saí de um emprego por causa de um estágio que acabou não vingando. Mas minhas notas melhoraram, Amém! Foi uma escolha acertada no fim das contas, mesmo eu estando desempregada, foi uma bola a dentro, dentre algumas que foram pra fora. Conheci pessoas novas, que acabaram entrando em minha vida, e permanecendo de uma forma linda e mágica. Perdi alguém que considerava uma mega-amiga (e no mesmo saco várias pessoas juntas), mas já falei muito sobre isso em outros posts, e não quero voltar a me lembrar de algo que não me faz nada bem. Me reaproximei de outra pessoa, que até agora não me disse a que veio. Me afastei de algumas pessoas por não mais suportar hipocrísias. Pessoas se afastaram de mim, por coisas que até hoje não sei. E envolveram mais gente nisso. Fui perseguida tremendamente por um louco varrido, com o qual me envolvi por pura demência. Me aconcheguei nos braços dos meus amigos- irmãos cada vez mais, e com isso fico cada vez mais feliz. Com tantas partidas, posso dizer com toda certeza: Foi bom demais eles ficarem. Não sei o que seria de mim se perdesse essas pessoas tão maravilhosas. Ah, o Face, como não falar desse mundinho que aproxima tanta gente. Quantas amizades não reafirmei através desse vício constante.. Quantos amigos de colégio não revisitei, brinquei, me declarei via chat. Esse meu ano foi e vai ser sempre inesquecível. De presente ganhei três lições tremendamente importantes: QUEM TEM QUE FICAR, FICA. QUEM GOSTA DE TI NUNCA TE ABANDONA. E AS MÁSCARAS, ESSAS BENDITAS, UMA HORA SEMPRE CAEM. Mas é, acho que estava mesmo precisando disso, uma sacudida. Um puxão de orelha da vida. Um grito de acorda, que as coisas não são essa maravilha que você pinta. Precisava rever o quadro, pichar os muros, mudar de rumo.  E que venha 2013. Não aguento mais esperar! (risos)

domingo, dezembro 09, 2012

DESCOBERTAS





Você fez direitinho o papel de quem investia tanto na relação quanto eu. Eu tentava me apegar a figura de quem você era antes, mas a distância entre quem você era quando parecia me amar e quem você se tornou foi ficando cada vez maior. Eu fingia que não reparava. Reparava apenas no que eu sentia quando você me jogava na cama e me amava de uma maneira que eu nunca havia sido amada antes.  Seus beijos em meu pescoço me levavam a algum lugar entre o céu e o inferno. Sabia que estava muito próxima ao paraíso, ao mesmo tempo em que tinha consciência de que cometia algum pecado grave por insistir em estar com você. Mesmo porque eu acreditava que você ainda me amava, eu tinha certeza disso. Eu continuava a insistir, porque eu lhe amava e acreditava em você. Mas a sorte mudou de lado e você pareceu mudar também. E eu tentei várias vezes, últimas tentativas. E aí você fez besteira. E você sabe disso. Queria te perdoar. Eu queria dizer: olha vai dar para esquecer tudo. Mas aí eu lembrei e gritei que não foi uma vez. Eu devia ter desconfiado de tanta perfeição. Você se dedicou demais e fez de tudo para que eu nunca achasse que não valia a pena te dar outra chance. E eu achei que você valia tanto a pena que eu entreguei meu coração inteiro em suas mãos, sem paraquedas, sem caixinha de primeiros socorros, e ainda embrulhado com um papel de presente rosa. Eu te dei uma chance. Eu esperei para ver o que você podia se tornar. E você podia ser alguém fantástico, bastava você querer. Você podia ter sido tudo e a gente podia ter sido muita coisa junto. E eu quis pagar para ver. Eu investi em você: meu tempo, minha atenção e meu encantamento. Estava difícil. Por isso eu não pude te impedir de arrumar as suas coisas todas as vezes que você queria ir embora. E sempre que nós brigávamos e você ia embora, eu chorava e pensava bem se eu não devia fazer de tudo para que você fosse meu para sempre. Aí nós voltávamos, mas a quem queríamos enganar? Não seria nunca a mesma coisa. Agora você tinha outras necessidades. No fundo, eu sabia que não poderia te perder, porque você nunca me pertenceu, que você é só seu. Você só pensa em você. Aquela história antiga de “nós dois” só existia na minha cabeça. Você não vale nada, e eu sou uma idiota!

Não dá mais. Eu ainda te amo e sou completamente louca por você, mas não dá mais. Não quero ouvir seus gritos de novo e já estou sem voz para gritar. Eu já entendi que chegou a hora de abandonar o barco e você devia entender isso também. Afinal você sabe o porquê de eu querer abandonar o barco, você que me forçou a fazer isso. Por mais que a gente possa se afogar no mar, eu prefiro buscar alguma boia perdida e sair viva do que afundar em algo que demorei muito para construir, mas que agora só está me levando para o fundo do poço. Eu vou lhe mandar essa carta e provavelmente, vou chorar a noite  inteira abraçada ao meu travesseiro, como tenho feito por todos esses últimos dias. Talvez doa mais em mim do que em você. Na realidade, dói muito mais em mim, com certeza. Afinal, você pode até carregar a culpa de ter estragado tudo, mas a decepção foi só minha e sou eu que tenho que lidar agora com a dor de ver desmoronar um relacionamento inteiro que eu sonhei para mim.
Eu sei que você vai dizer que tentou de tudo. E eu queria dizer que a gente devia tentar um pouco mais. Mas não devemos. Eu também não tenho mais força pra te convencer que eu sou a mulher da sua vida. Nem tenho mais a certeza de que eu sou ela mesmo. Já que você me mostrou o contrário.
Um dia, eu pensei em me casar com você e passar o resto da vida ao seu lado. Mas aquele homem com quem eu sonhei o meu futuro não parece em nada com este de agora. Eu tento pensar como foi que nós terminamos assim. Nós costumávamos nos amar tanto. Eu passaria horas ao seu lado, sem dizer uma palavra, amando o seu silêncio. Agora, essa ausência de palavras suas me desespera.
Daqui a menos de meia hora, você vai ter passado de grande amor da minha vida a mero desconhecido. Não vou mais brigar, não vou mais pedir para demonstrar que me ama, não vou mais pedir que não minta, não vou fazer mais nada. Não vou principalmente querer te convencer que poderíamos ter sido tudo. Tenho a impressão de que o que nós poderíamos ter sido, nós fomos. E o que não fomos foi o que eu pensava que seriamos: Felizes para sempre.
Já deu nossa hora. Mas você parece que tem medo de admitir e eu te amo demais para falar em voz alta também.
Você diz que me ama. Vamos aos fatos: você não me ama. Se me amasse, teria estado aqui quando eu precisei sem que eu tivesse que chorar ao telefone. Se me amasse, teria me dado a mão e dito que cumpriria o que havia me prometido. Se me amasse nunca teria mentido, mesmo a mentira sendo mais bonita que a verdade, você sempre iria preferir a verdade, para que eu não me sentisse traída. Achei que sabia que você me amava. Mas até isso era mentira.
É difícil admitir que aquela foi a última vez. Um nó na minha garganta estava doido para se desfazer e gritar para que você não fosse, que ficasse e perdoasse minhas inseguranças. Eu pensei que poderia ser assim: pediria que você perdoasse meus medos, e você diria que nunca mais mentiria. Nós voltaríamos para a cama, você me abraçaria e ficaria tudo bem. Mas me impedi antes que minha fraqueza fosse mais forte do que eu. Deixei que pegasse suas coisas e não disse uma palavra, porque sabia há tempos o que não tinha coragem de admitir: nós não tínhamos futuro.
Queria sim te agarrar a mão e pedir que não me deixasse jamais. Queria dizer que conseguiríamos superar todas as barreiras se estivéssemos juntos. Queria dizer que eu te amava e isso bastava. Mas não bastava, não. Logo você voltaria a se incomodar com meu amor e eu voltaria a me incomodar com a falta dele em você. O seu não amor me magoa como uma faca no coração que ninguém tira. Ainda assim, foi difícil admitir, olhando para você com a mão na maçaneta, que aquela seria a última vez. Que eu não queria mais te implorar atenção. Era difícil admitir que, por mais que eu quisesse muito, nós não tínhamos muitos caminhos a tomar dali para frente. Estávamos presos em um caminho sem volta, sem retorno e sem saída. E exatamente por me encontrar nessa rua sem saída, eu era obrigada a abandonar o carro e parar de tentar acelerar contra o muro. Não tinha para onde ir e nós sabíamos disso.

Doeu. Quer dizer, ainda dói, como sei que vai doer por muito tempo. Você sequer me deixava e eu já sentia saudades. Sequer partira e eu já tinha aquele sentimento de que nunca mais iria te ver. Pior: já me imaginava te encontrando depois de anos, perdidamente apaixonado por outra pessoa. E aí vai doer ainda mais, porque eu vou me perguntar por que você foi capaz de amá-la e não conseguiu jamais me amar também. Era difícil admitir que era nossa última vez, mas era. Você foi embora, sem olhar para trás e eu apenas encarei a porta batida. Minha dor continuava aqui, meu amor continuava aqui e eu continuava aqui. Mas você e meu coração já não estavam.
Admito que dói pensar na ideia de um dia você não pensar mais em mim, mas acho que é a única saída. A partir daqui sou eu e Deus. A porta está aberta e não te peço mais nem um abraço de despedida. Suas palavras ainda estão soando em meus ouvidos e meu sorriso amarelo é só uma forma de te magoar com uma suposta indiferença. A partir daqui meu orgulho fala mais alto. Deixo que vá.

domingo, dezembro 02, 2012

Adeus

 
 
 
"Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta. Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo, me procura você. "
(Caio F Abreu)



Perguntaram para mim por onde você anda. Disse que não vejo mais, e fim. Afinal, você sumiu e fim. Não teve uma briga, nem sei se houve um motivo, talvez sim. Você disse que sempre estaria comigo e não ficou. Disse que eu era especial e hoje vejo que não era, nem sou. Virou-me as costas. E só.
Perguntaram para mim o que eu te fiz. Quis devolver a pergunta. O que eu te fiz? Não fiz nada, e talvez isso tenha sido um grande erro. Não corri atrás, o que pode ter sido meu grande pecado. Mas depois de te puxar tanto a mão nas suas idas, depois de lhe pedir perdão mesmo sem estar errada, depois de lhe abraçar e lhe mostrar o quanto você era importante para mim, deixei que você fosse sem amarras, para reparar se você tinha qualquer ímpeto de voltar. Não voltou.
E a coisa, pelo o que parece, foi pessoal. Com os outros, você continua bem normal, bem presente, bem amiga e bem companheira. Me perguntam sobre você e eu dou um sorriso sem graça, de quem não tem desculpa para uma amizade que acabou. Tem desculpa? Não. Acabou, assim sem porquê.Queria que tivéssemos pelo menos uma última discussão. Queria que você assumisse que o problema foi que você preferiu ficar do lado dele e não do meu. Que se rendesse e me contasse que não quer mais ouvir meus lamentos infantis, mimados e egoístas. Queria que chegasse em mim e dissesse: “Olha, sou mais amiga dele do que sua, então é para lá que eu vou, do lado dele”. E eu entenderia. Aceitaria. Sofreria, é claro, mas te acharia de uma sinceridade e pureza sem tamanho. Sentiria sua falta, é claro, mas entenderia que não é mesmo possível ouvir os dois lados da mesma história e ficar assim tão imparcial. E teria uma desculpa para usar quando me perguntassem sobre você: “incompatibilidade de lados”.
Mas não. Você só me esqueceu. Mudou comigo, sem uma carta de despedida, sem desculpa aparente, sem último abraço, nem última briga. E agora me perguntam sobre você, dou uma risada sem graça e cantarolo: Y desapareció, sumió sin avisar...
Desapareceu. E só para encurtar a história: Adeus!