Se encontraram muitas vezes depois daquele dia. E a amizade crescia cada vez mais. A medida que iam se encontrando, percebiam o quanto tinham em comum. Até que passaram a outro estágio. O namoro. Assim, sem mais nem menos. Um dia estavam conversando e ele a beijou, ela retribuiu, como se já não conseguissem conter um sentimento que crescia e tomava ambos a tal ponto que não poderia mais ficar apenas dentro, precisava se mostrar. Precisava acontecer. Era uma paixão ardente. A cada dia o sentimento se mostrava mais intenso, mais forte, mais sério. Por causa daquela paixão dilacerada, ela não pensava em mais nada, não queria saber de mais nada, amigos, escola... Tudo era ele, por causa dele, para ele. Os pais dela, é claro, notaram toda aquela falta de disciplina nos estudos, o afastamento dos amigos e quiseram saber o porque de tudo aquilo. Ela não disse. Era um namoro escondido. Certo dias os pais descobriram. Um dia eles descobririam. E proibiram, é lógico. Eles mal se conheciam. Ela ficou dias sem poder sair de casa, de castigo. Mas mesmo assim conseguiam se falar pela internet. Ele percebendo que estavam os afastando, perguntou se ela o amava. Ela respodeu que sim, Claro. Ele pediu que ela provasse. Ela entendeu o pedido. E quando os pais já não mais a proibiam de sair imaginando que ela não tinha mais nenhum contato com aquele desconhecido, eles marcaram de se encontrar na casa de um amigo dele. Nesse dia ela acabou se entregando àquele cara que ela mal conhecia. Aquele rapaz maravilhoso que mostrou a ela como a vida era bonita. Ela se entregou de corpo e alma aquilo que ela acreditava ser amor. Daquele dia em diante, eles jamais se separariam, ela pensou. Ela seria dele. Ele seria dela. E todas aquelas baboseiras de conto de fadas. Ela acreditava que tudo aquilo era um conto de fadas. Os pais tomaram os papéis de bruxos daquela história, e queria separá-la do seu príncipe. Ela acreditava fielmente naquela história de amor. Eles se encontraram e se amaram várias vezes.. Até que um dia ele sumiu, sem deixar rastros. Sumiu para sempre. E deixou com ela uma lembrança apenas daquela história que não era um conto de fadas. Um filho. Foi apenas isso que ele deixou. Um filho que ele descobriu que viria quando procurava por uma caneta na bolsa dela, e encontrou o exame. Depois desse dia eles nunca mais se encontraram. Nunca mais ela soube sequer uma notícia dele. Ele havia virado fumaça. Como todas as promessas e planos que haviam feito juntos. Hoje ela cria seu filho com a ajudas dos pais, que de bruxos passaram a ser "fadas madrinhas". O conto de fadas foi esquecido, jogado em algum livro da estante.
Ela ainda lembra do dia em que se conheceram, e sempre chora. Lembra também que poderia ter fugido daquele destino. Ele havia lhe dado uma chance quando lhe fez aquela pergunta: ("Está fugindo do destino?"). Ela poderia ter ido embora, sem olhar para trás, mas a curiosidade foi mais forte. Ela não fugiu, e hoje sofre as consequências daquele encontro, daquela escolha de ficar e conhecê-lo. Aquele homem, bonito e cruel, que veio a ser o seu destino.
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