quinta-feira, janeiro 23, 2014

Igual passarinho







A verdade é que a gente é que nem passarinho,
mesmo que viva de galho em galho,
sempre acaba se sentindo sozinho.
É verdade também,
que a gente só se sente completo
quando encontra um alguém
que nas noites de frio faça do seu corpo agasalho
e aceite dividir um ninho.


Até achar esse ninho
nós ficamos um pouco perdidos
pulando de galho em galho
andando por vários caminhos
às vezes entramos por um atalho
e acabamos muitas vezes magoados.

Mas quando encontramos abrigo
Tudo fica mais colorido.
Porque no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
é só quando achamos um amor
que encontramos nosso lugar no mundo




                                                                                    By: Tâmara Macedo

sexta-feira, dezembro 27, 2013

Para o ano novo


Não quero parecer ansiosa, mas estou contando os dias para a sua chegada. Acho até que vou colocar uma roupa nova para esperar você na entrada; faço questão de que me encontre bonita.
Para começarmos com o pé direito, como você gosta, vou comprar uma garrafa de champanhe; Feliz - é assim que o quero Ano Novo, e farei tudo ao meu alcance para que isso seja possível. Se dependesse de mim, sua estadia entre nós seria uma alegria após a outra. Receio, porém, que de mim pouco dependa. Por exemplo, sendo você ano de eleições, haveremos de manter contato com as duas piores coisas que existem no nosso país: os políticos e os horários políticos obrigatórios. É realmente uma pena que você e o Ano Velho não tenham chance de se encontrar, pois ele, que está de saída, poderia lhe contar como ficou marcado para sempre pela corja da corja que aqui ele conheceu - ou há gente pior que a que rouba de hospitais públicos e depois se faz de vítima nos palanques?
Pois bem, fora essas e mais uma meia dúzia de prováveis tragédias mundiais, não prevejo outros problemas no decorrer de sua presença. Na verdade, com a quantidade de festejos e comemorações com que o enchem aqui no Brasil, você passa entre nós quase sem ser percebido. Quando começarmos a nos restabelecer das festas da sua chegada, já estaremos no Carnaval. Depois, vem o feriado da Semana Santa, e aí são as férias de julho, e, de repente, você já está arrumando as malas para ir embora. Falando nisso: gostaria de dizer que eu não tenho expectativas em relação ao que você vai me trazer, mas tenho. Principalmente porque você sabe tudo de que eu preciso. Sabe também que eu não sou muito fã de surpresas, então não se esforce demais para me surpreender. Se por acaso me trouxer algumas más notícias, tudo bem, mas tente não ser abrupto. Sei que vários problemas estão fora do seu alcance; portanto, prometo não me aborrecer caso algo não venha como eu esperava.
Traga o que trouxer - fique tranqüilo -, você será recebido com foguetes. Pois sua chegada, sempre tão pontual e garantida, com suas promessas, sempre tão amplas e verdadeiras, renova, em todos nós, a esperança que vai-se embora, um pouco, a cada dia. E, ai, ai, ai, já está chegando a hora. Minhas simpatias,

Fernanda Young

P.S.: Caso venha com muito dinheiro no bolso, conforme espero, cuidado com os assaltos.
 

sábado, novembro 23, 2013

25 anos sem respirar




Contrações. Hospital. Parto. Nascimento. Choro. Primeiro Banho. Beijo. Peito. Mamada. Leite. Sono. Casa. Quarto. Berço. Chocalho. Mamadeira. Bico. Primeira palavra. Mãe. Engatinhar. Ficar de pé. Ajuda. Irmão. Primeiros passos. Brinquedos. Formar frases. Dentes de leite. Primeiro ano; Segundo ano. Aprendizagem. Novas palavras; Terceiro ano. Brincadeiras na roça. Histórias. Contos de fada. Bonecas. Ursos;  Quarto ano. Personalidade. Escolhas. Mimos. Pai. Ciúmes. Irmão; Primeiras leituras.  Quinto ano. Escola. Alfabetização. Uniforme. Merendeira. Mãos dadas. Cuidado. Pai. Ensino Fundamental. Primeiros amigos. Gosto pela leitura. Escrever. Sonhar. Primeiro amor; Brincadeira. Caiu no poço. Primeiro beijo. Paixonite.  Oito anos no mesmo colégio. CDF; Mesmos amigos. Amizades verdadeiras; Ensino Médio. Falta de estímulo. Primeira recuperação. Formatura; Parque.  Medo de altura. Gritos.   Desencontros. Vestibular. Comunicação Social. Fracasso.  Vestibular de novo. Letras. Sucesso; Primeiro namorado. 4 anos; Reencontros. Velhos amigos. Pedidos de perdão. Aceitação. Felicidade; Segundo namorado. 6 meses. Decepção. Chateação. Perseguição. Sentimentos ruins. Nascimento da princesa Lavínia. Muitas alegrias. Pirraça. Amor; Terceiro namorado.  Completude. 4 meses. Fim. Tristeza; Primeiro namorado de novo. 1 ano. Descobertas.  Mais decepção. Fim;  Recomeço. Novas amizades. Festas. Paixões. Viagens. Vivacidade; Faculdade. Oito semestres. Desesperos. Alegrias. Confusões. Complicações. Leituras.  Falta de tempo. Livros. Eventos. Dúvidas. Primeiro estágio. Alunos. Ensino Médio. Certezas. Risadas. Ensino. Amor pela profissão; Solteira. Sem filhos. Mudança de Visual. Mudança na vida. Sorriso no rosto. Fé. Cheia de planos...

domingo, outubro 27, 2013

Carta a mim mesma ... (FUTURO)

 
 
 
 
 
   Espero que você deixe de criar expectativas em relação as pessoas. Espero que deixe de procurar o amor e o encontre assim, sem mais nem menos, um amor maior, um amor por você. Espero que por causa desse mesmo amor você não se deixe magoar por mais ninguém. E se você encontrar alguém que te ame, não o deixe ir, não faça besteira, você tem essa mania de estragar tudo - Espero que também pare com isso. Espero que você deixe pra trás aquela sua fixação pelo seu exterior - é claro que você nunca foi a mais bonita do colégio nem a mais bem vestida do baile de formatura, mas você sempre foi você - e isso, meu bem,  de assumir quem se é, com todos os defeitos e cicatrizes, é pra poucos.  Espero portanto, que você comece a reparar mais no seu interior, que vamos combinar, até que é bonitinho, tem piores - e você sabe bem disso. Espero que hoje você tenha maturidade pra se aceitar como é. Espero que você aprenda a perdoar. Que tenha paciência com as pessoas. Que seja menos exigente.
   Espero que você seja feliz na profissão que escolheu. Espero que tenha momentos únicos com aqueles que pretende ensinar coisas. E que você consiga melhorar a vida de algumas pessoas - afinal isso foi o que você sempre quis. Não é à toa que quando criança queria ser médica, e depois psicóloga e agora professora. Vocação pra ser do bem você sempre teve, espero que não tenha perdido a vontade de ser boa, por causa das tantas dores que sofreu.
   Espero que você volte a acreditar no amor - eu sei que é difícil - mas não custa tentar. Espero que olhe as pessoas procurando sempre alguma coisa boa e não o contrário como sempre fez. Espero que a vida lhe seja generosa e que você não perca ao longo dos anos nenhum amigo e que muitos outros apareçam, e que você nunca se sinta sozinha - você sabe como é ruim se sentir assim - e eu não posso querer que você se sinta assim novamente.
   Espero que você tenha vontade de ter um filho. E se não tiver que dê todo o seu amor a quem tenha perdido o amor de mãe. Sei que sempre teve vontade de adotar. Espero que se não já tiver um filho, que realize esse desejo. Acredite, você será uma boa mãe, mesmo que ache que não. Espero que você se case, mas se não, não fique triste, nem entre em depressão, você nunca foi dessas de desejar coisas tradicionais. Se ainda estiver solteira, não se preoucupe, aproveite e faça inumeras viagens, conheça várias pessoas, seja sociável, aproveite para aparecer para o mundo e não só para uma cidadezinha interiorana. Vamos combinar, você não nasceu para ficar em lugares pequenos - alguém com sonhos tão grandes, não cabe em qualquer lugar.
   Espero que em algum momento no futuro você venha aqui e leia essa carta e espero que tudo que escrevi tenha se tornado verdade e  que muito mais coisas boas tenham acontecido e que você fique feliz por ter desejado tão pouco e conseguido muito.
 
 
 

domingo, setembro 08, 2013

Me apaixonei!


 
 
Você chegou ao bar acompanhado de dois amigos. Sentaram-se ao lado da mesa que eu estava. Eu estava de costas para você, conversando com um amigo. Um de seus amigos começou a puxar papo com uma de minhas amigas. Papo vai, papo vem, resolvemos – eu e meus amigos – ir para outro local. E seu amigo logo perguntou se vocês poderiam ir também. Chegando ao local, eu continuei conversando com o meu amigo e você ficou do outro lado do carro conversando com os seus e com uma de minhas amigas. Ora ou outra eu olhava você e seus olhos se encontravam com os meus. Em determinado momento, fui até o carro da minha amiga para sentar e descansar um pouco, e você que estava do outro lado, segurou a porta que estava aberta e colocou a cabeça um pouco pra dentro do carro e perguntou: - Está triste? E eu disse: - Não, só cansada! Perguntou meu nome e me disse o seu. Quando disse seu nome, deixei sair um sorriso no canto da boca, afinal era o mesmo nome de alguém do meu passado. Depois dessa quase conversa você se levantou e continuou segurando a porta. Minutos depois, você perguntou: - Você namora com ele? E apontou para o amigo com o qual eu conversava. Eu disse: - Não! E você: - Porque você não fica aqui com a gente? Quando levantei e fui pra perto de vocês ficamos conversando amenidades, até que uma amiga me disse que já iríamos embora. Despedi-me de seus amigos, com dois beijinhos no rosto e quando fui despedir-me de você, você virou o rosto e demos um selinho, mas quando eu estava tirando minha boca da sua, você me puxou e aquele selinho virou um beijão. Nos despedimos e você pediu meu numero de telefone. Quando cheguei à casa da minha amiga recebi uma mensagem sua, dizendo que meu cheiro ainda estava em você e perguntando quando iríamos nos ver novamente. Daquele dia em diante trocamos várias mensagens até que marcamos de nos encontrar. Foi tudo maravilhoso!  E depois nos encontramos de novo e de novo. Até que aquilo virou uma sucessão de encontros maravilhosos e eu me percebi apaixonada por você, pelo jeito de sorrir, me olhar e dizer coisas como: Minha Princesa! Não sei se isso vai durar, por quanto tempo vamos continuar juntos, mas sei que quero você perto de mim por muito tempo, sem rotular nada. Enquanto isso estiver fazendo bem pra nós dois eu quero continuar a te ter comigo.


Me deixe!


 

    Essa vida é mesmo engraçada, a cada dia fico mais intrigada com algumas pessoas, que se acham no direito de opinar na vida das outras, o que será que elas têm na cabeça? Prefiro não opinar (risos)

    Seria tão mais fácil se cada um cuidasse de suas vidinhas medíocres. Gente, que coisa mais irritante! Eu não estou aqui pra agradar ninguém, assim como sei que ninguém está aqui pra me agradar! Não é porque eu vivi quase toda minha vida em um casulo que eu iria me manter sempre lá. Uma hora todo mundo quer voar. E minha hora chegou. E acredito que ninguém tem nada a ver com isso! Eu não peço dinheiro a ninguém pra sair, pra me divertir, enfim! Acho que as únicas pessoas a quem eu devo respeito e/ou algum tipo de satisfação, são meus pais. Ninguém mais!

    Não é porque eu quase nunca bebi, quase nunca sai, quase nunca vivi que agora eu não posso! Não é porque eu sempre namorei, quase nunca fiquei que eu também não posso! Que saco!  Alguém poderia me explicar porque eu tenho que ser diferente? Sendo diferente dos outros, nunca fui feliz! Levei chifres, nomes de coisas que nunca fui, etc.
Eu nunca fingi ser algo que não sou, se tinham essa percepção, enganaram-se sozinhos. Eu, assim como todas as pessoas (senão, a maioria) querem uma um única coisa dessa vida: Ser feliz! E eu tanto busquei isso nos outros, que acabei encontrando sozinha, solteira, livre! Então, se é pra falarem de mim, que falem agora que eu me sinto feliz demais pra me sentir incomodada!

quarta-feira, agosto 21, 2013

A morte do que era (nós)




Quando nos deixamos – eu quero dizer que fomos nós, mas talvez primeiro tenha sido você, eu é que não tinha percebido ainda – alguma coisa em mim morreu – não sei se foi só você, ou se tudo que eu tinha construído a respeito do amor durante meus longos 20 anos. Dizem que quando você está a beira da morte, a sua vida inteira passa diante dos seus olhos, foi o que aconteceu naqueles dias que antecederam ao derradeiro fim de Nós – quando digo Nós, quero dizer da conjugação: eu & você. Eu enfim estava conseguindo ver tudo com uma clareza tão profunda que nunca tinha me permitido ver antes. Nós não tínhamos construído laços ao longo dos 6 anos entre idas e vindas que passamos juntos – namorando, sendo amigos, em pensamento – construímos nós, que pareciam a primeira vista, difíceis de serem desfeitos. Mas tudo se desfaz afinal. Em algum momento tudo se desprende. E eu enfim, me desprendi de você – nos desprendemos. Antes de conversamos cara a cara, e essa história ter enfim o seu ponto correto – o ponto final – eu passei quase uma semana me arrastando do quarto pra sala, da sala para o quarto, sem notícias suas, me jogava na cama, sem você, e agarrava o travesseiro que você deixou e que ainda guardava o seu cheiro, e então chorava e gemia abraçada ao travesseiro como se fosse o seu corpo, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos repletos de pesadelos, talvez avisos, talvez vislumbres, talvez recordações. A falta de apetite me acompanhou durante quase 15 dias – é, hoje eu também acho que foi um luto gigante, mas talvez necessário – emagreci oito quilos. Antes de você (o nós) morrer, tomava sustos a cada vez que o telefone tocava, mas nunca era você – como eu disse logo no ínicio deste texto, você me matou primeiro – e eu ficava esperando que o telefone tocasse e alguém dissesse que era você do outro lado da linha. Meu coração palpitava a cada batida na porta – eu não me levantei nenhuma vez da cama para saber quem era – esperava que fosse você, e que você viria pra me dizer, aquela frase de sempre: eu não vou desistir de você. Isso não aconteceu.

O que começou a acontecer, no meio daquela falta de apetite – porque eu não conseguia engolir quase nada naqueles dias – solidão, vontade de morrer junto com aquele sentimento todo, e lagrimas, foi mesmo a percepção, o conhecimento, a revelação – a epifania – o fim. Aquele tal filme que passa na nossa cabeça do qual falei anteriormente, começou a passar, em câmera-super-lenta. Por meio daquele momento de chegada da consciência há tempos perdida, que eu me vi outra pessoa. Foi ali, deitada na cama, na véspera do domingo de páscoa que matei você – sem chance alguma de ressurreição.

Levantei no domingo de páscoa e comi, comi como se nunca tivesse comido antes – não porque comi muito, mas saboreei aquilo como se fosse a minha primeira comida em anos. Arrumei a casa, mudei os móveis de lugar, assim como tinha mudado as minhas certezas sobre aquele “bendito” sentimento entre “nós”. Naquela mesma tarde de domingo, estava eu feliz e satisfeita, assistindo um filminho de comédia, quando ouvi batidas na porta, fui abrir – não tremi, não me arrepiei, o coração não quis pular pela boca – era ele. De cabeça baixa, fez menção de entrar em casa, não deixei. Disse oi – segurando a porta. Ele disse: - não vai me deixar entrar? – Não! – Por que? Precisamos conversar! – Não acredito que tenhamos mais nada pra falar. Quer dizer, apenas uma única coisa: ADEUS! – é assim? – Sim! – Ok, então! De cabeça baixa, ele se foi, desta vez pra sempre.

Depois que nos deixamos, poucos meses depois, veio o ciclo das novas pessoas – não tão novas, a bem da verdade – das novas saideiras, de algumas novas conversas, de algumas novas atrações. Não posso dizer que me apaixonei por ninguém depois disso, não aconteceu – talvez nem aconteça. Mas eu fui ficando tão feliz, alto astral e livre. Esqueci-me dos tempos em que ainda estávamos juntos e me permiti tantas coisas. E nesse momento vieram os fins de semana em Porto Seguro – regado a bebedeira, vomitos, atração física e nenhuma ligação pra ele. Itacaré – que lugar maravilhoso! Ilhéus – aonde eu sempre ia com ele, mas nunca me divertia. E de repente vieram festas e boates e saídas – e erres, e jotas, e eles, e agás – e pessoas e mais pessoas. É verdade ninguém me preenche ou me completa – mas você também não fazia isso. O “Efe”, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo na minha vodka ou cuidava de mim quando eu queria beber. O letra “Ele” encostando levemente sua boca na minha e me puxando pra perto de si. O “Jota” me contando mentiras ao pé do ouvido. O “Agá” me passando sms a todo o momento. E então se passaram meses depois do fim, e eu sobrevivi – e eu que pensava que não. E o mundo foi se tornando ao poucos um admirável local onde eu gosto de morar e que me abre imensas possibilidades todos os dias. E o que dizer de você? Ah, deixa pra lá, esqueci.

 

sábado, agosto 17, 2013

Quando Ele me deixou




Quando ele me deixou, eu fiquei algum tempo sentada na poltrona da livraria. Cerca de 1 hora, com o celular nas mãos, com a mensagem que ele havia me enviado aberta, sem acreditar no que eu havia lido (estava lendo). Pelo vidro da loja, via a rua lá fora, e pensava no porque daquilo estar acontecendo mais uma vez. Mas uma vez ele terminava comigo. Fui trazida de volta a realidade pelo som da melodia que sempre tocava quando o shopping abria. Depois abri a loja me coloquei no meu lugar de costume, atrás do balcão do caixa. E fiquei muito tempo parada lá atrás com o celular ainda em mãos, olhando o último sms dele, olhando pelo vidro pessoas passarem e me perguntando o porquê daquilo novamente. Os olhos encharcados de lágrimas que só resolveram derramar quase que no mesmo instante em que minha patroa adentrou na livraria. E lembro que abraçada a ela chorando pensei: agora o telefone vai tocar, mas o telefone não tocou, nem naquele momento, nem em outro qualquer. Percebi ao passar das longas horas daquele dia 10, meu telefone poderia tocar a todo instante, não seria ele. Cheguei a minha casa, e revi várias vezes aquela mensagem, sem fazer absolutamente nada além de respirar e pensar no que (ou se) deveria ter respondido.

Depois daquele dia que ele me deixou - não naquele momento exato, porque no momento exato eu ainda não conseguia assimilar nada, só que ele estava me deixando de um jeito frio e grosso, que nem no meu pior pesadelo eu imaginaria - dei para não pensar em mais nada, só em mostrar pra ele que eu estava bem, como é de praxe.

Todos os quase quinze dias que sucederam ao dia em que ele me deixou, eu só tinha os olhos inchados, a aparência triste e um único gosto - de lágrima. Até que eu resolvi mudar o quadro e aceitar sair com um ex-namorado. Estava cansada das noites em que chegava em casa, depois da faculdade e relia aquela mensagem e sentia ódio de mim, dele, de tudo – e chorava pensando no quanto nós poderíamos ser felizes. Porque no meio dos restos que sobraram de mim, estava alguém que me ligava e queria saber como eu estava, e não era ele.

Eu fui muito feliz com ele, talvez ele nem saiba o quanto. Mas se eu não merecia uma espécie de dúvida, nem ser ouvida, talvez não fosse amor, talvez não fosse pra ser. Então porque eu deveria continuar a sofrer?

sábado, agosto 10, 2013

Penetrante




Então eu sonhei com você pela segunda vez. Desta vez você está me olhando de maneira intensa. Seus olhos se fixaram nos meus da mesma maneira da primeira vez que lhe percebi olhando pra mim. Eles penetraram meu globo ocular e me senti a partir daquele instante atraída como imã por aquele seu olhar avassalador. Eu queria parar de olhar para você, mas não conseguia. O máximo que os meus olhos se moviam eram dos seus olhos para o seu sorriso, que emanava um cinismo encantador. Como se você soubesse o que passava pela minha cabeça enquanto eu te olhava. Desconcertada, eu tentava me desvencilhar do seu rosto. Mas cada vez que você dizia alguma coisa, aquelas palavras atravessavam meus tímpanos como uma melodia bonita, eu não conseguia me desprender daquela voz que mais parecia um clamor ao meu coração. Um clamor por atenção. E eu voltava a olhar você, como que enfeitiçada. E a cada toque dos seus lábios superiores nos inferiores, um suspiro. Sentia-me arrebatada por aquele olhar sedutor.


  Quando você não estava olhando para mim, quando focava seu olhar no outro lado da mesa, em outra conversa paralela a nossa, eu me sentia envergonhada e abaixava a cabeça como uma criança que acabara de levar uma bronca porque queria algo que não podia. Mas assim que você abria a boca pra falar, eu não conseguia disfarçar. Virava-me toda pra olhar pra sua boca. Não dava para conter o arrepio cada vez que você me tocava. Não sei se você reparava, mas sempre me saia sem querer um suspiro, quando você vinha me dar um beijo no rosto, para se despedir, e penetrava desta vez mais próximo, seus olhos nos meus. Sinto saudade de ter ver quase todos os dias. Procuro-te em cada esquina. E quando te vejo sempre me vem aquele frio na barriga. E se um dia por falta de companhia você quiser me acompanhar, vou estar aqui, mesmo que seja só pra ver você me olhar desse seu jeito libidinoso e único que me faz arrepiar.

terça-feira, junho 25, 2013

o sms





De todas as mensagens no celular, das coisas que você me escreveu por carta, no Word, de tudo o que você me falou durante todo o tempo que passamos juntos ou separados, de tudo o que você já me disse ou me escreveu, hoje eu só tenho uma coisa: Um sms no celular,  do dia 20/02/2013, numa quarta-feira, às 07:40hs da manhã, na semana posterior ao carnaval, carnaval este que não passamos juntos, no qual você escreveu: Carpe Diem. Você pode está se perguntando o porquê de ter ficado só isso. Eu explico: Revendo tudo que tinha de você, e sobre você aqui comigo, vi esta mensagem quando estava apagando as outras que você havia me mandado, e parece que assim que vi essa mensagem alguma coisa em mim mudou. Lembro do dia que mandou essa mensagem, do nada, sem ter porque, e sem adicionais, só isso: CARPE DIEM, que quer dizer em tradução livre APROVEITE O MOMENTO. Lembro também que lhe perguntei o porque daquela mensagem, porque aquela frase, e você disse: - Ah, você precisa aproveitar as coisas, e parar de fazer planos. Depois de repassar essa cena em minha mente, decidi que você estava certo, eu realmente faço muitos planos, sempre fiz, principalmente quando se tratava de você, de nós. Sempre criei tantas expectativas, sempre fui tão boba. Enquanto segurava meu celular com a tela parada neste sms, lembrei-me também de todos os momentos que eu chorava ou escrevia aquele monte de besteira para você ou no meu blog pensando que você poderia me amar mais por ser profunda. Lembrei-me de quando eu dizia que estava apaixonada e enchia o saco das minhas amigas com aquela bobagem toda de que éramo almas gêmeas, mas você parecia que não estava nem aí, todo mundo dizia pra eu parar de ser melodramática e tentar me divertir sem esperar nada em troca. E foi depois de ter lido essa mensagem e ter refletido um pouco, que decidi me desfazer de tudo o que me lembrasse você. E depois fui para rua, fui conversar, fui beijar na boca, fui festejar, fui querer me namorar e namorar a vida e tudo o que tem nela, sem pensar no que vai acontecer daqui pra frente.  Cansei de ser chata e exigente e de planejar cada passo meu. O que estou fazendo agora é o que eu já deveria ter feito há muito tempo, estou dando ouvidos a todo mundo e aproveitando cada momento. E quer saber do que mais? a partir de hoje não vou e nem quero mais falar sobre você. E se um dia você ler ou souber de alguma história que eu contei e que parece que é sobre você, não se engane, eu apaguei da memória tudo sobre você, menos esta mensagem. E para você eu só tenho uma última coisa a dizer... CARPE DIEM!