terça-feira, outubro 30, 2012

Amigos




Tenho amigos que só lembram que eu existo quando estão precisando de um conselho, de uma ajuda, de um abraço. Esses são daquele tipo que só quando estão tristes lembram-se de mim. Eu até já sei quando estão felizes, eles somem. Fico feliz por eles também, lógico, não sou uma má pessoa. Só acho que deveria existir o mínimo de consideração com aquele que em determinadas horas você chama de amigo. Chamo-os de amigos-chuva. Oro pelos dias sem tempestade. Porque nesse dia, saí trovão pra todo lado. É por isso que quando eu estou triste prefiro nem sair de casa, não gosto de fazer grosseria com ninguém sem necessidade.

Tenho amigos que só quando estão felizes aparecem, gosto desse tipo, mas nem tanto. Esses só aparecem quando estão bem, quando estão tristes, gostam de curar as dores sozinhos. Sou um pouco assim, mas tenho meus motivos. Já chorei algumas vezes na frente de alguns amigos, não valeu muito a pena. Ganhei uns abraços, alguns conselhos, mas nada que realmente me fizesse acreditar que eu deveria contar minhas coisas tristes para as pessoas, porque elas entenderiam. Não, talvez entendam, mas pedir empatia a algumas pessoas talvez seja demais. Mas voltando a falar desse tipo de amigo que citei acima, esses eu chamo de amigos- sol. Eles trazem alegria para minha vida, não posso negar. Sempre estão sorridentes, parecem que vivem em festa, gosto disso, mas só um pouco, porque alegria demais me entristece, porque sei que é forçada. Além disso, sinto como se eles não confiassem em mim pra contar suas dores. E eu gosto de compartilhar o que é bom e o que é ruim. Angustia-me ver pessoas felizes demais, porque tenho medo que quando decidam mostrar a tristeza que escondem, nem eles aguentem.

Tenho amigos que só aparecem de quando em quando, umas vezes com alegrias contagiantes, outras com tristeza do mesmo jeito. São tão exagerados nos seus sentimentos, que acabam por passar pra mim todos eles. Quando chegam alegres, me alegro do nada, chego em casa quase voando de tanta alegria. Quando chegam tristes, parece que a carga toda fica em minhas costas, não consigo nem me levantar no outro dia. Esses eu chamo de amigos lua, quando estão cheios, que alegria. Quando estão minguantes, não há nada que os faça se encherem, não adianta dizer nada, fazer nada. Naquele momento, sua dor é maior que a do mundo todo, e não há quem mude isso.

Mas tenho aqueles que eu sei que posso contar sempre, esses tem dores e alegrias que compartilham comigo mas não me pesam, não me enchem, porque tudo é uma troca de experiências quase mágica de tão bonita e verdadeira. Esses têm seus dias de chuva, de sol, alguns poucos momentos de lua, mas todos os dias eles são estrelas, brilham toda hora. É daquele tipo de pessoa que você quer ter perto pra sempre. Com eles me sinto no céu. Gente que contagia, sabe?! Gente que mesmo quando está triste, ainda é uma boa companhia. Gente que sempre nos ensina alguma coisa. Gente que mesmo que só esteja de passagem, sempre fica.

1 comentários:

Glauber disse...

Estrelas desse tipo são raras, mas fazem a vida valer a pena.

Postar um comentário