domingo, dezembro 02, 2012

Adeus

 
 
 
"Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta. Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo, me procura você. "
(Caio F Abreu)



Perguntaram para mim por onde você anda. Disse que não vejo mais, e fim. Afinal, você sumiu e fim. Não teve uma briga, nem sei se houve um motivo, talvez sim. Você disse que sempre estaria comigo e não ficou. Disse que eu era especial e hoje vejo que não era, nem sou. Virou-me as costas. E só.
Perguntaram para mim o que eu te fiz. Quis devolver a pergunta. O que eu te fiz? Não fiz nada, e talvez isso tenha sido um grande erro. Não corri atrás, o que pode ter sido meu grande pecado. Mas depois de te puxar tanto a mão nas suas idas, depois de lhe pedir perdão mesmo sem estar errada, depois de lhe abraçar e lhe mostrar o quanto você era importante para mim, deixei que você fosse sem amarras, para reparar se você tinha qualquer ímpeto de voltar. Não voltou.
E a coisa, pelo o que parece, foi pessoal. Com os outros, você continua bem normal, bem presente, bem amiga e bem companheira. Me perguntam sobre você e eu dou um sorriso sem graça, de quem não tem desculpa para uma amizade que acabou. Tem desculpa? Não. Acabou, assim sem porquê.Queria que tivéssemos pelo menos uma última discussão. Queria que você assumisse que o problema foi que você preferiu ficar do lado dele e não do meu. Que se rendesse e me contasse que não quer mais ouvir meus lamentos infantis, mimados e egoístas. Queria que chegasse em mim e dissesse: “Olha, sou mais amiga dele do que sua, então é para lá que eu vou, do lado dele”. E eu entenderia. Aceitaria. Sofreria, é claro, mas te acharia de uma sinceridade e pureza sem tamanho. Sentiria sua falta, é claro, mas entenderia que não é mesmo possível ouvir os dois lados da mesma história e ficar assim tão imparcial. E teria uma desculpa para usar quando me perguntassem sobre você: “incompatibilidade de lados”.
Mas não. Você só me esqueceu. Mudou comigo, sem uma carta de despedida, sem desculpa aparente, sem último abraço, nem última briga. E agora me perguntam sobre você, dou uma risada sem graça e cantarolo: Y desapareció, sumió sin avisar...
Desapareceu. E só para encurtar a história: Adeus!

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