sábado, julho 30, 2011

Você.




procuro em outras bocas o gosto da sua,
procuro em outros corpos o seu calor,
procuro o amor de outros para esquecer que fui tua,
procuro em outras pessoas aplacar essa dor,
                essa dor.
Esse mal de amor.
Procuro esquecer..
Você.

segunda-feira, julho 04, 2011

medo: eu ainda pego você.



   Ultimamente ando pensando muito. Não que eu não pense muito, mas eu tenho pensado muito em uma coisa específica, entende?  Eu não sei se já disse, mas dificilmente me arrependo do que faço. Não sei. Acho meio desnecessário, sabe? Porque? Bom, porque se eu faço algo é porque tenho vontade, certo? Não sei se pra você, mas pra mim, isso é certíssimo. Eu só faço o que tenho vontade, não sou manipulada por ninguém. Já fui. Mas depois que aprendi a pensar por mim mesma, ninguém mais deu palpite em minha vida. Não quer dizer que não goste de saber o que algumas pessoas selecionadas acham sobre minhas decisões. Às vezes quero sim. Mas não aceito palpites, aquela coisa de "porque você não faz isso, ou aquilo", ou "você não deveria ter feito isso". Esse tipo de coisa eu não aceito. Então como estava dizendo, eu faço o que bem entendo da minha vida. Por isso não me arrependo de nada que fiz ou faço. Não mesmo. Eu tenho vontade vou lá e faço. Não tô nem aí se depois alguém olhar pra mim e falar: "Você fez o que? Tá louca? Mas você se arrependeu né? Sabe que o que fez era errado..." Ah me poupe! Se fiz, fiz porque tava afim. E se é errado ou não, ninguém pode julgar ninguém. Todo mundo erra. Por isso não me julgo, nem me arrependo das coisas que tive ou tenho vontade de fazer. Me culpo às vezes por coisas que eu não faço. E às vezes, essa culpa me corrói tanto o peito. Fico pensando horas, dias, meses, nas coisas que eu não fiz. Por medo, insegurança, sei lá. Porque vontade de fazer eu tinha mas o medo, esse animalzinho que cresce constantemente dentro da gente não deixa a gente ser feliz algumas vezes. E aí quando ele some, porque assim como ele cresce, ele morre, do nada. E quando ele morre a gente fica ali pensando " e se tivesse feito?" " será que..?" Ah, são tantas perguntas sem respostas. Eu prometo a mim mesma todos os dias que vou mandar o medo pra casa do caralho toda vez que ele vinher fazer morada no meu peito. Mas ainda, ainda, não tive forças suficientes para isso. Por isso ainda vivo com algumas culpas e perguntas. Ah, mas quando eu tiver forças, e eu vou   ter. Aiai, coitadinho dele. Eu vou pegá-lo e vou dizer tudo que eu tenho guardado. Ah, medo você me paga por não ter me permitido viver todas essas coisas, nas quais ainda penso. Você vai ver só quando eu pegar você. E nem pense que eu vou me arrepender do que eu vou fazer com você. Medo, medo, toma cuidado comigo... Eu ainda pego você!

domingo, julho 03, 2011

Encontro com o destino III - O fim.




   Se encontraram muitas vezes depois daquele dia. E a amizade crescia cada vez mais. A medida que iam se encontrando, percebiam o quanto tinham em comum. Até que passaram a outro estágio. O namoro. Assim, sem mais nem menos. Um dia estavam conversando e ele a beijou, ela retribuiu, como se já não conseguissem conter um sentimento que crescia e tomava ambos a tal ponto que não poderia mais ficar apenas dentro, precisava se mostrar. Precisava acontecer. Era uma paixão ardente. A cada dia o sentimento se mostrava mais intenso, mais forte, mais sério. Por causa daquela paixão dilacerada, ela não pensava em mais nada, não queria saber de mais nada, amigos, escola... Tudo era ele, por causa dele, para ele. Os pais dela, é claro, notaram toda aquela falta de disciplina nos estudos, o afastamento dos amigos e quiseram saber o porque de tudo aquilo. Ela não disse. Era um namoro escondido. Certo dias os pais descobriram. Um dia eles descobririam. E proibiram, é lógico. Eles mal se conheciam. Ela ficou dias sem poder sair de casa, de castigo. Mas mesmo assim conseguiam se falar pela internet. Ele percebendo que estavam os afastando, perguntou se ela o amava. Ela respodeu que sim, Claro. Ele pediu que ela provasse. Ela entendeu o pedido. E quando os pais já não mais a proibiam de sair imaginando que ela não tinha mais nenhum contato com aquele desconhecido, eles marcaram de se encontrar na casa de um amigo dele. Nesse dia ela acabou se entregando àquele cara que ela mal  conhecia. Aquele rapaz maravilhoso que mostrou a ela como a vida era bonita. Ela se entregou de corpo e alma aquilo que ela acreditava ser amor. Daquele dia em diante, eles jamais se separariam, ela pensou. Ela seria dele. Ele seria dela. E todas aquelas baboseiras de conto de fadas. Ela acreditava que tudo aquilo era um conto de fadas. Os pais tomaram os papéis de bruxos daquela história, e queria separá-la do seu príncipe. Ela acreditava fielmente naquela história de amor. Eles se encontraram e se amaram várias vezes.. Até que um dia ele sumiu, sem deixar rastros. Sumiu para sempre. E deixou com ela uma lembrança apenas daquela história que não era um conto de fadas. Um filho. Foi apenas isso que ele deixou. Um filho que ele descobriu que viria quando procurava por uma caneta na bolsa dela, e encontrou o exame. Depois desse dia eles nunca mais se encontraram. Nunca mais ela soube sequer uma notícia dele. Ele havia virado fumaça. Como todas as promessas e planos que haviam feito juntos. Hoje ela cria seu filho com a ajudas dos pais, que de bruxos passaram a ser "fadas madrinhas". O conto de fadas foi esquecido, jogado em algum livro da estante. 
   Ela ainda lembra do dia em que se conheceram, e sempre chora. Lembra também que poderia ter fugido daquele destino. Ele havia lhe dado uma chance quando lhe fez aquela pergunta:  ("Está fugindo do destino?"). Ela poderia ter ido embora, sem olhar para trás, mas a curiosidade foi mais forte. Ela não fugiu, e hoje sofre as consequências daquele encontro, daquela escolha de ficar e conhecê-lo. Aquele homem, bonito e cruel, que veio a ser o seu destino.