quinta-feira, março 31, 2011

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   Tenho andado um tanto cansada da televisão, do rádio, da internet, dos jornais, das revistas, de tudo... Na verdade, não deles em si, mas de todas as notícias ruins que eles anunciam todos os dias. Tenho evitado ligar a minha TV no horário do jornal, fico mal informada, mas evito com isso ficar mal humorada. O que foi aquilo no Japão? No rio? Em são Paulo? Meu Deus! O problema maior não são os desastres estarem acontecendo, porque eles acontecem contra a nossa vontade, mas poderiam-se tomar algumas atitudes que impedissem a morte de tantas pessoas, porque todas essas tragédias tem algo em comum. Mesmo ocorrendo em lugares tão diferentes, o que as aproxima, o que as faz terem tanto em comum, é o fato dos governantes só resolverem tomar alguma atitude quando as tragédia já aconteceram. Eles não se importam com as pessoas. Eles nunca se importaram. E talvez nunca se importarão. Eles se importam apenas com os seus próprio interesses. E só. Essa é a verdade.
   Todos vimos na TV aquela guerra no Complexo do Alemão, e vimos também que muita gente pensou que a polícia tava trabalhando pela população daquele morro, que o governo finalmente resolveu olhar pelas pessoas que estavam sofrendo naquela favela. Para! Aquilo sempre existiu e ninguém se importava com aquilo. Deram várias justificativas para o acontecimento daquele confronto, todas elas focavam que aquela guerra esta acontecendo em prol da comunidade. Eu não acredito nisso. Para essa pessoa que vos escreve, não passou de HIPOCRISIA! Estamos perto de sediar a Copa do Mundo, as Olimpíadas, por isso resolveram se movimentar. Tirar alguns traficantes dos morros, matar alguns assaltantes, para que os turistas não tenha tanto medo em nos visitar. Eles (os governantes) não se importam com as pessoas, eles se importam apenas em como o nosso país é visto lá fora. E eu aposto que quanto mais se aproximar o dia da Copa, mais guerras vão acontecer. Vão querer tapar os buracos. Vai existir mais policiamento. Tudo vai melhorar. Para que o país não seja desmoralizado por aí afora. É só isso que importa.. Como a nossa imagem está sendo vista no mundo, e não como está a nossa imagem para os que aqui vivem. A nossa gente. Nós, os brasileiros.  Mas como disse Marcelo D2 em uma de suas músicas: " Deixa pra lá, eu devo viajando, enquanto eu falo besteira, nego vai se matando. Então deixa..."

quarta-feira, março 30, 2011

Adiando.





   Nós sentimos um pelo outro um amor grande que superou muitos anos de distância e alguns obstáculos. Mas eu sei, no fundo, dentro de mim, que embora eu queira muito que dê certo e que sejamos felizes para sempre, isso talvez não acontecerá. Os anos distantes que nós passamos, fez nós dois ficarmos distantes daquele sentimento forte que sentiamos. Fez nós dois mudarmos muito. Fez com que nós dois perdêssemos um certo encanto pela vida juntos. Fez nós dois ficarmos distantes mesmo tão perto. Não sei o que nos distancia tanto hoje, que nos aproximava antes. Sinceramente, eu não sei. E busco todos os dias ao olhar nos olhos dele, aquela essência bonita que só ele tinha e que me encantava tanto. Eu olho para ele e fico pensando que todos os dias que ficamos juntos estamos adiando um término inevitável, que irá acontecer amanhã, depois, mas com toda certeza, um dia, não muito longe. Todos os dias adiamos um término, talvez por medo do tal sofrimento, que irá ser maior depois, mas nós não pensamos nisso e vamos adiando, adiando... Querendo acreditar que esse sentimento que sentimos um pelo outro é suficiente para permanecermos juntos. Mas não é. Não mesmo. É preciso mais que o tal do amor, para que uma relação dê certo. E nós.. nós nos agarramos a esse tal amor que achamos sentir um pelo outro, tentando não sucumbir. Mas nós só estamos adiando. Eu sei. Eu vejo isso todos os dias quando olho nos olhos dele.

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   Eu me pego pensando mais uma vez como um ser humano comum, sem nenhum atrativo que o diferencie ou o destaque dos demais, pode mexer tanto comigo?! 
   Eu estava ali segurando o bebê de uma amiga, e quase o deixei cair, por apenas ver de longe aquele ser, que me desnorteou a ponto de me fazer perder a voz e todos os sentidos. Apenas a imagem distante daquele ser fez meu coração parar na boca, meu corpo arrepiar e minhas pernas ficarem bambas.  Ele que nem é tão educado, nem é tão atraente, muito menos inteligente. Ele que é só mais uma carinha bonitinha no mundo.
   A partir daquele momento em que meus olhos avistaram aquele corpo, mesmo de longe, não mais consegui organizar meus pensamentos. A minha amiga conversava e eu só olhava fixamente para trás, vendo-o partir cada vez para mais longe de mim. Meu coração batia forte e eu fiquei a ponto de sair correndo atrás dele.     
   Enquanto eu estava envolta em meus pensamentos, minha amiga falava e falava, e eu só conseguia absorver o perfume dele que eu imaginei ter sentido, mas que apenas estava na minha memória olfativa. Continuei envolta nos meus pensamentos, até que eu ouvi minha amiga pronunciar: "Ele fica passando por aqui direto" . Quando ouvi a palavra ELE, imaginei que era "dele" que ela estava falando. E logo perguntei: "Quem? Fulano?". Ela é claro não se conteve e riu da minha cara, e de todo o meu desnorteamento, e falou: "Que paixão da p**, viu?!" Eu voltando a mim, disse: "Quem dera fosse só paixão. Acho que não é isso mais não. Isso já é loucura, carma, macumba, sei lá...Tenho até medo. E ela: "Medo?" Eu respondi: Sim, medo. Dessa coisa louca que eu desconheço e que sinto em todos os momentos que eu o vejo.

sábado, março 26, 2011

Ele não vai me derrubar.




   Não sei dizer o motivo, mas naquele momento, quando a vontade era chorar, abri um sorriso. E tentei ignorar meu peito desmoronando dentro de mim. Ele ali falando, soltando toda a sua raiva, seu desamor, seu desprezo encima de mim, que nunca fiz nada contra ele. Eu que nunca fiz nada contra ninguém. Nem contra àqueles que mereciam. Imagina para ele, que eu nem conheço direito. Quer dizer, ontem eu pude conhecê-lo um pouco. No momento que ele derramava sobre mim sua ira, eu pude ver o quanto medíocre era aquele homem. Um homem que deveria estar naquele ambiente para me ensinar algo de últil, me ensinou algo que eu já sabia: Aquele que se altera numa discussão de opiniões, nunca está com a razão. Ele tentou me humilhar. Ele tentou me fazer chorar. Ele tentou me diminuir na frente de todos. Mas embora ele tenha saído daquela sala de aula com um pensamento de certeza de que havia conseguido o que queria, ele se enganou. Ele não conseguiu. Ele não conseguiu fazer eu me sentir inferior a ele, pelo contrário, ele me fez ter a certeza de que eu nunca conseguiria esse feito. Eu sempre serei superior a ele. Porque sei respeitar as pessoas. Sei respeitar suas opiniões, mesmo que estas, sejam extremamente diferentes das minhas.  
   Ontem descobri que sou capaz de sorrir, ficar calada e me segurar, quando a minha maior vontade era chorar, gritar e xingar àquele que parece ter entrado na sala de aula daquela Universidade com a missão de me perseguir, me frustrar, me inferiorizar.
   Eu só queria poder ter feito ontem, o que sempre fazia quando criança com aqueles que tentavam me fazer chorar: Chegar bem perto dele, olhar nos seus olhos, botar pra fora a minha língua como sinal de protesto, virar as costas e deixar ele falando sozinho. E nunca mais ter o desprazer de vê-lo ou ouvir sua voz sendo dirigida a mim. Mas como eu não sou mais criança, embora ele me considere infantil, vou fazer o que os adultos fazem, olhar para o problema, (no meu caso, a presença dele) e mostrar que sou maior que ele, enfrentando-o. Vou ser fria, e vou mostrar a ele que embora ele queira com todas as forças, ele não vai me derrubar.

Delete o bullying



Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.


“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lucas 14:11) ...

sexta-feira, março 25, 2011

é só o que eu peço...




   Mesmo que você queira ficar comigo pra sempre, eu só peço que não demonstre. Mesmo que você não queira nenhuma outra garota do mundo além de mim, eu só peço que não diga. Mesmo que você tenha certeza que isso que você sente por mim nunca vai morrer, eu só peço que você nunca me deixe saber. Pois esse pra sempre ilusório que ronda sua paixão pode me fazer mal, porque diferente de você, quando isso acabar eu não vou esquecer todos esses "pra sempre" que você me disser ao longo do nosso relacionamento. Essa esperança ainda vai alimentar meu sentimento por muito tempo, mesmo que eu esteja longe de você, e isso eu não quero mais.
 Por favor, não diga nada, mas esteja aqui quando sentir vontade e me abraçe quando sentir que eu preciso, isso pra mim já será suficiente para acreditar no seu amor, é só o que eu peço. Não precisa ser para sempre, e se for, não diga, só curta os nossos momentos, afinal ninguém pode prever quanto tempo possa durar um sentimento. Não me faça promessas, cumpra-as mesmo que só tenha as feito para si mesmo, eu prefiro assim. Eu prefiro não saber porque você faz certas coisas por mim. Não me diga nada. Apenas me ame, mesmo que em silêncio. Mesmo que nunca me diga, mesmo que eu nunca ouça de você um " eu te amo". Não pense que eu preciso ouvir isso de você a cada cinco segundos. Não me fale sobre o que sente. Só me faça sentir. É só o que eu peço.

domingo, março 13, 2011

tudo conspirou a favor daquele amor.



   Ele disse mais uma vez que gostava dela. Mais uma vez pelo msn. Ela respondeu o mesmo que responde todas as vezes que ele faz isso: - Ah, pelo msn você fala! Mas nunca me diz isso olhando nos meu olhos. Cara a cara. E imaginou que ele responderia o que sempre responde: - Você não me dá oportunidade, quando a gente está junto. Mas não, ele não disse isso, ele disse o que ela jamais esperaria que ele fosse dizer. Ele disse: Falo sim, você quer vim aqui em minha casa agora, pra eu te falar tudo que eu te falo olhando pra você? Ela quase não acreditou no que estava escrito naquela minúscula janela do seu msn. E ficou olhando e pensando no que iria responder. Até que ele escreveu: - Você ainda está aí? Ela ainda estava em estado de choque, quase caiu da cadeira com aquilo que ela havia acabado de ler. Aquele momento estava sendo esperado a tanto tempo, ela não queria perder mais nenhum segundo, ela queria ouvir tudo que ele apenas escrevia, e nunca dizia. Foi então que ela escreveu: - Vou aí agora! Posso? E ele: - Pode sim, você não quer ouvir?! Pois vou lhe dizer. Ela ainda não acreditando muito em tudo aquilo disse: - E se eu for aí e você não falar nada? Ele escreveu logo em seguinda: - Eu vou dizer.
E ela: - Sei lá, acho que você está me fazendo de besta. Aposto que isso é um truque, e você não vai me dizer nada. 
Ele: -Você vai ter que correr o risco, se você quiser ter certeza se eu estou falando sério ou blefando.
Ela: - Então eu vou.
Ele: - Que bom! Pode ter certeza que você não vai perder nada se vim.
Ela: - Assim eu espero. Tô saindo aqui então.
Ele: - Ok! Estou te esperando.
   E ela saiu de casa quase correndo. Pegou um mototáxi e foi ao encontro dele, com o coração querendo sair pela boca, tamanha a sua ansiedade.- Finalmente! - Ela pensou. Finalmente ela iria ouvir o que tanto queria.
   Chegando lá, ele fixa os olhos nos dela, mas não consegue dizer nada. Pergunta como ela está. Ela responde. Surge o silêncio. Faz mais algumas perguntas desnecessárias a ela naquele momento, e novamente surge o silêncio. Ele abaixa a cabeça, muda a direção do olhar. Não consegue encará-la. Até que ela pergunta: - E aí, você vai dizer o que eu vim aqui para ouvir, ou não?
Ele: - Calma, estou com vergonha. Eu preciso de um tempo pra ficar à vontade e falar (e esconde o rosto atrás dela, que está sentada no sofá)
Ela: - Tudo bem, eu espero. Mas não muito. (E ri, de tanto nervosismo)
Ele tenta beijá-la. Ela recua. Ele a abraça e fala no ouvido dela: - Ah, você sabe o que eu sinto por você...
Ela: - Eu sei? Eu não sei de nada. Caso soubesse não estaria aqui.
Ele: - Tá bom eu digo.. Eu gosto de você de verdade, você é especial pra mim. Alguém que eu gosto de estar perto, que me faz bem. Claro que a gente vive brigando, mas até nessas horas eu me sinto bem do seu lado. Pronto, falei! (e fica com as bochechas ruborizadas)
Ela fica num estado de alegria tão intenso que não sabe o que fazer. E olha pra ele. E toca seu rosto. E o agradece. Depois fica em silêncio sem saber o que dizer. Ele que também fica sem saber o que fazer, pergunta: - E agora?
Ela que ficou calada desde a declaração feita, num ímpeto se levanta e diz: - E agora, eu vou embora.
Ele sem entender nada pergunta: - Como assim, vai embora? Depois de tudo que eu te disse?
E ela responde: - Sim, eu vou. Porque agora eu posso me magoar por acreditar nisso tudo que você me disse e eu não quero isso pra mim. Denovo. 
Ele a olha surpreso com o que ela diz. Ela lhe dá um beijo no rosto e se afasta para abrir a porta. Quando ela coloca a mão na maçaneta da porta e abre, ela é surpreendida por uma chuva inesperada, com pingos vindo em direção aos seus pés. Ela fecha a porta e olha pra ele, que diz: - Acho que alguém não quer que você vá embora.  Ela olha pra ele e diz: - Ah tá, essa chuva vai parar logo, você vai ver. Assim que ela fecha a boca, ouve uma trovoada e inacreditavelmente a chuva se tranforma rapidamente em uma tempestade de vento enorme. E ele olhando a chuva pela janela, diz: - Acho que tudo está conspirando a favor de nós dois. Ela olha pra ele desolada e pensa : "eu tenho que ir embora antes que eu faça alguma besteira e acabe me machucando mais uma vez " . Vendo que não há o que fazer, pois a tempestade cada vez fica mais forte, ela acaba se sentando novamente no sofá, e diz, com a cabeça abaixada: - Não sei nada sobre  essa conspiração que você está falando não, só sei que vou ter que ficar aqui mais um pouco. Ele se aproxima, levanta seu rosto e a beija demoradamente, com paixão. Ela não consegue pensar em mais nada, porque mesmo que ela pensasse em fugir dele, naquele momento, ela havia perdido todas as suas forças. Ela acaba retribuindo àquele beijo, e se entregando àquele rapaz que ela tanto ama, ali, no chão da sala. E depois de tantas carícias e juras de amor eterno, eles adormecem abraçados, ouvindo o barulhinho da chuva batendo no telhado.

sábado, março 12, 2011

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    A voz de Deus é geralmente nada mais que um suspiro; e você tem que estar muito atenta para conseguir ouví-la. Mas há raros momentos em que a resposta é óbvia & parece soar tão alta em nossos ouvidos como um sino de igreja.'

é verdade.



   Se você acha que ama duas pessoas ao mesmo tempo, escolha a segunda. Porque se você realmente amasse a primeira, não teria uma segunda opção.

domingo, março 06, 2011

antes de tudo, amigos.



   Não quero que seus amigos saibam tudo sobre mim, só quero que quando ninguém saiba onde você está, eles digam que você - provavelmente - está comigo; que em um dia aleatório você chegue com uma margarida roubada do jardim do vizinho; me mande uma mensagem de madrugada dizendo que não consegue dormir; me diga que as coisas passaram a dar certo depois que eu apareci; não precisa me chamar de apelidos como amor, linda, fofa, só que quando perguntarem sobre mim, suas pupilas dilatem e você diga: ela é "a minha pequena".
   Imagine nós dois, eu e você, daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado de mais e a minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, de baratas, até do vento que bate à noite na janela, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria da minha cara. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 2° andar, você tomando coca e eu suco, e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria. Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma flor roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais. Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntava o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para o trabalho pela manhã e de lá iria para universidade toda noite, chegaria cansada e você me daria massagens pelo corpo todo. Você não faria faculdade, porque nunca foi fã de estudar, mas iria todos os dias para seu trabalho, e ficaria me esperando chegar para me dar carinho. Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando, e você estaria no topo da carreira. E você me levaria pra jantar e me pediria em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor. E tudo daria certo, porque antes da gente começar a se amar, nós já eramos amigos, companheiros... E nós já tinhamos percebido que nós só eramos felizes juntos e infelizes separados.


vai entender..





   Eu vivo chorando e sofrendo, e entrando em depressão, mas minhas amigas insistem em me chamar de forte. Eu vivo me apegando demais, me apaixonando por qualquer um que me trate bem, mas minhas amigas insistem é me chamar de sem coração. Eu, na maioria das vezes escondo verdades para não magoar, mas elas insistem em dizer que sou sincera até demais.

alegria forçada.



   Ela é querida por todos em qualquer lugar que chega. Claro, sempre tem os invejosos, que gostariam de saber o porque dela ser tão querida, mas a maioria a trata de uma maneira especial, porque ela é uma pessoa extrovertida, é animada, é alto- astral. Ela tem um brilho nos olhos tão incomum que todos querem saber o porque daquele brilho tão intenso, o motivo daquele sorriso tão aberto, daquela gargalhada tão solta. As mulheres acreditam que ela tem um espírito livre e não gosta de homens pegando no seu pé. Os homens acreditam que ela seja solteira, porque é tão segura de si que não precisa estar com ninguém. Afinal, ela nunca aparece com ninguém. Ela está sempre só. Ela se junta a todos, mas aparece sempre só. Então, com certeza ela deve gostar mesmo é de liberdade, pra sair e pra fazer amizades com todo mundo.
   Ela é daquelas que não gosta muito de falar. Ela é daquelas que gosta de ouvir, ela ouve a todos com atenção. Ela dá conselhos, ela sempre tem algo bom pra falar àqueles que estão tristes. Ela consola todo mundo e nunca chorou na frente de ninguém. Nunca contou problemas a ninguém. É como se ela nem soubesse o que é isso. Ela se mostra feliz demais.
   Ela é daquelas que gosta de estar junto, cercada de muita gente. Ela chega, dá dois beijinhos em todos, e abraça cada um, e nesses abraços, ela é a última a soltar os braços. E todo mundo pensa: Nossa como ela é carinhosa. Como estar com ela faz bem. Como ela é uma pesssoa maravilhosa. Como os olhos dela brilham de um jeito diferente e como ela sorri bonito. Como ela é feliz..
   O que ninguém sabe é que ela sempre sai e fica perto de tanta gente porque ela se sente muito só. O que ninguém sabe é os olhos dela brilham de um jeito diferente, de um jeito tão incomum, e o sorriso dela é tão bonito, porque ela ensaia todos os dias na frente do espelho aquela carinha feliz, aquela alegria forçada. O que ninguém sabe é que ela é a última a soltar os braços na hora dos abraços, porque ela se sente só, e ela gosta de sentir o calor de algum corpo perto do dela, mesmo que por alguns instantes. O que ninguém sabe é que ela não gosta de liberdade, ela gosta de estar presa a alguém, mas nunca está, e apenas por isso que ela sempre está sozinha, e pra ela isso é tão triste, que ela sai de casa, e  começa a abrir sorrisos para todos, para que assim alguém fique perto dela, mesmo que só por pouco tempo. Mesmo que depois ela tenha que voltar pra casa, deitar no sofá e se sentir uma derrotada. Alguém que não tem ninguém, nem pra lhe dizer que vai ficar ali por alguns minutos, até que ela adormeça. Ela não tem ninguém pra olhar quando acorda. Ela é só, e não é feliz. Mas finge todo santo dia que é sozinha, porque gosta. Ela diz que vive só, por opção, sabe como é né ?! Mas ela sabe que ela é sozinha porque ela não tem opção. E ela finge que é feliz, pra ver se alguém se aproxima e a faz ser feliz de verdade. Quem sabe...