sexta-feira, janeiro 14, 2011

Dormir junto.





   E lá estou eu acordando cedo para ir à praia com ele. Saímos de casa 8 da manhã. Entramos no ônibus e ele começa a reclamar de tudo (ele tem uma moto, e detesta ônibus). E nesse dia nada estava ajudando ele a mudar de opinião, era começo de ano, nós não estávamos sentados e o engarrafamento estava fazendo aquela viagem durar mais que o esperado. Chegamos em Ilhéus 10 hs da manhã. Nem era para lá que nós iríamos. E chegando lá fomos para um outro ponto de ônibus, esperar um que fosse até Acuípe, o destino que queriamos. Ficamos horas esperando e nada. E ele reclamando cada vez mais. E eu já ficando com vontade de voltar pra casa. Até que passa um ônibus para Canavieiras, que fica depois de Acuípe. Entramos nesse ônibus. Novamente não há lugar para sentar. Ficamos quase 3 hs nesse ônibus sem quase sair do lugar por conta do engarrafamento.. Até que vimos pela janela as praias todas lotadas, e já estava dando quase 13 hs , e nós naquele ônibus, num calor horroroso. E eu me perguntando o que de pior poderia acontecer (não se perguntem isso quando estiverem numa situação ruim!). Quando vemos pela janela, uma praia quase vazia, desistimos de continuar a viagem, resolvemos parar e ficar por ali, em Olivença. Até porque se nós ficássemos no ônibus, chegariamos ao nosso destino praticamente na hora de voltar para casa. E sabe que até foi divertido?!  Depois que descemos do ônibus, é claro!
   Até que chega a hora de partir. Vamos caminhando pela praia até encontrar um ponto de ônibus. E ficamos esperando. E todos os ônibus que passam, passam lotados, com gente até no teto, (tá, é um certo eufemismo, mas nem tanto..) e nenhum para ( para do verbo parar, essa mudança ortográfica me deixa louca) no ponto, todos passam direto.  É aí que temos a brilhante ideia (não tem mais acento, que chato!) de ir andando até encontrar outro ponto de ônibus, ou um táxi, um moto taxista, qualquer coisa que nos carregasse para o ponto do ônibus que nos levaria para casa. E andamos, e andamos .. 3 horas num sol escaldante, até chegar no aeroporto de Ilhéus, onde achávamos que iriámos encontrar um táxi, mas não encontramos, e continuamos andando e andando.. Até que conseguimos encontrar um táxi, que já nem era nescessário pelo tanto que andamos, mas como ele tem um probleminha no joelho, ele precisava se sentar e descansar, embora já estivéssemos perto do tal ponto de ônibus. Mas ele pediu para que ficássemos mais um pouco,  para que tomássemos um banho, e ele descansasse mais um pouco. Tudo bem. Afinal, eu também tinha andado mais que as minhas pernas poderiam. Paramos numa pousada e ficamos até certa hora. Fomos para o ponto e nada do tal ônibus passar. Tivemos que dormir lá. Um do lado do outro, na mesma cama. E eu dormi pensando se ele tinha medo do que poderia acontecer com a gente de noite e por isso colocou um travesseiro no meio de nós dois. Se ele já estava dormindo, ou se estava fingindo. Se a dor do joelho havia passado. Se no outro dia eu acordaria com cara de "será que enquanto eu dormia ele mexeu em mim" . Não acordei assim. Eu sei que ele não mexeu em mim, a dor no joelho dele e o respeito que ele tem por mim, não o permitiriam de fazer isso. Não sei se mais a dor ou o respeito. Mas enfim, acordamos decididos a nunca mais na vida, fazer viagem nenhuma de ônibus em pleno começo de ano. E que aquele era o nosso programa de índio que nunca seria esquecido. Dormimos juntos e só dormimos. E foi bom demais, acordar sem constrangimentos. Dormir junto com um travesseiro no meio, talvez seja melhor do que fazer qualquer coisa e acordar cheia de arrependimentos, estragando um dia tão bonito. Depois de ter andado tanto, nada melhor que descanso.

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