sexta-feira, janeiro 14, 2011

Tão diferentes & ainda assim, amigas.




   Ontem eu estava em casa sem fazer nada. Nada mesmo, quase sem respirar de tanto tédio. Ouço gritarem meu nome na porta de casa. Penso em aparecer na varanda para ver quem é, mas desisto. Ouço outro grito. Já sei quem é. Reconheci a voz. Penso em não descer e deixá-la gritando até que ela pense que eu não estou e vá embora. Mas ouço outro grito e não consigo me fingir de morta, embora eu quase me sinta assim. Desço as escadas e abro a porta. E ela me olha e pergunta: Que cara é essa? Você tá bem? Vontade de dizer que não, mas digo que estou. Ela insiste em me chatear com a mesma pergunta.  Eu confesso que não ia descer para falar com ela, mas minha consciência que é besta e boba não deixou. Talvez porque eu já tenha enfiado nela que quando alguém aparece na minha porta, é porque está precisando de mim, e ela não consiga parar de pensar nisso, mesmo que seja para abrir a porta para uma pessoa que raras vezes me abriu a dela quando precisei. Ela parece que lê meu pensamento, ou talvez eu tenha pensado alto, não sei. Nem tive coragem de perguntar. Só sei que logo após eu "pensar essas coisas" ela me pediu desculpas por não ter sido uma boa amiga. E confessa o que eu sempre soube. Que ela nunca me enxergou, e que sempre foi muito egoísta. E que sempre pensou somente nela, nos problemas dela. E que tem pensado bastante nisso ultimamente. E pede desculpas por ser tão relapsa comigo. E eu digo que está tudo bem, que ela não precisa me pedir desculpas. E para se abster um pouco da culpa, ela diz que eu nunca fui de me abrir, de contar minhas coisas, e etc. e tal. Aproveitando o momento sinceridade, eu digo que eu nunca a vi querendo realmente saber como eu estava. Ela estava mais preocupada em desabafar. Era só para isso que ela me procurava. Ela pede desculpas novamente com o olho marejado e me diz que nunca achou que eu a considerava uma amiga, e eu digo que se eu não a considerasse uma amiga, eu não teria a perdoado sempre, mesmo sem que ele percebesse que havia me machucado. E ela diz que nunca pensou que eu gostasse tanto dela. Eu digo que sempre gostei dela, mesmo sabendo que ela não gostava de mim. Ela me chama de chata. E eu digo que sou mesmo. E nós duas rimos. Como se não tivessemos conversado nada de sério. Como se só estivessemos brincando e chateando uma a outra. E foi aí que percebi.. Seremos amigas sempre, mesmo que tão absurdamente diferentes.

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