domingo, outubro 10, 2010

A festa.




E lá estava eu passeando por todo o local da festa, na verdade, eu andava sem direção, não sabia pra onde eu ia, mas sabia o que queria, desde que cheguei na festa era ele que eu procurava, e não achava.
Parava. Depois andava de novo. como se procurasse por algo que eu sabia que não estava lá, mas mesmo assim eu buscava encontrar. Não conseguia ficar quieta. A verdade é essa. Enquanto parava, meu cérebro não descançava. Meus olhos rodavam. Meu nariz porcurava o cheiro dele em algum lugar. Meu coração dizia, ele estava lá. E eu procurava. Mas não encontrava.
Depois de um longa busca policial, era quase isso que eu parecia, um policial procurando alguém que precisava prender. Um cão farejador, que não encontrava o cheiro daquilo que o podia torna-lo um herói. Um cão frustrado que não ia ganhar nenhum prêmio, porque não conseguia fazer seu trabalho direito. Eu não conseguia encontrá-lo. Até que parei de procurar.
Fui comprar uma soda, pra ver se a garganta deixava de ficar tão seca. E o vi. Mas não queria mais que ele me visse. Não mesmo. Tinha decidido que o destino me queria longe dele. E continuei a caminhar, tentando voltar ao lugar que eu estava parada, o lugar onde eu tinha amigos que me empediriam de me entregar a ele, de falar com ele.
Não adiantou. Ele me encontrou no caminho. É isso : "tinha uma pedra no meio do meu caminho". Uma pedra forte e robusta, bonita e cínica, sorridente e com um olhar penetrante. E eu não conseguia ultrapassá-la, não sei como, mas ela me petrificou também.
Ficamos parados por alguns minutos, um olhando para o outro , sem falar nada. Até que ele pronunciou meu nome. Com um sorriso no canto dos lábios. Enquanto isso meus pensamentos atrapalhados me faziam perguntas: Cadê minha voz ? Sumiu? isso não pode estar acontecendo. O que houve comigo?
E meu cérebro tentavam me enviar ordens: Fala alguma coisa! ou então corre, foge dele, agora!
E eu continuava olhando pra ele. Sem me mexer como se fosse uma estátua. Até que eu sussurei o nome dele. Eu não conseguia nem ouvir a minha voz, e pensava: será que ele ouviu? Tomara! Não consigo repetir tudo isso. E ele ouviu. Graças a Deus! Ele me deu a sua mão e me deu um beijo na buchecha. Fez aquelas perguntas óbvias: Como está? Tudo bem? Sem soltar a minha mão. Eu não sei se retribui as perguntas ou se apenas as respondi. Eu só conseguia pensar e me focar na mão dele na minha. Depois de respondida, ou não, as tais perguntinhas, ele se afastou, mas não soltou a minha mão. E ficamos nos olhando. Depois de alguns segundos, minutos, sei lá... Eu e ele nos aproximamos. Não sei quem deu o primeiro passo. Nos beijamos. E pra mim foi como se todas as pessoas daquela festa tivessem desaparecido. Eu não conseguia nem ouvir a música que estava tocando. Eu estava sob um encantamento profundo. Encantamento que durou menos do que eu queria. Encantamento que me fez sentir como se eu não estivesse mas no mesmo lugar que eu tinha parado. Eu simplesmente  me senti fora do chão.
Desde pequena eu sempre ouvia , que eu só saberia que estava gostando de alguém quando essa pessoa me beijasse e eu sentisse os meus pés fora do chão. E sentisse uma sensação maravilhosa nesse momento do beijo. E depois que ele tivesse acabado, e a pessoa não estivesse mais perto de mim. Eu sentiria um vazio no peito. E foi isso que eu senti, quando te vi se afastando de mim.
Então eu realmente gostei de você. Como você não pôde perceber?
Ou talvez você percebesse, mas não soube (quis) me corresponder.
Talvez você tenha sido a minha primeira paixão. E como minha vó sempre disse: Paixões não duram muito tempo. Isso é uma regra.
E como eu sempre soube que todas as regras tem uma exceção, eu tinha uma esperança. Mas infelizmente (ou felizmente) essa exceção não era eu . Nem você. Muito menos nós dois.

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